Suspiro

 

 

RED SUSPIRO

 

 

Aquela era uma noites de sono tão profundo, em que mal dormimos surge a aurora.

 

O dia está claro e de céu azul. Sem calor nem frio. A brisa suave bate em meu rosto. As árvores exalam um estranho perfume.

 

Caminho por entre o verde, e… Lá está ele!

 

Lindo! Como nada mais poderia ser,

Comparo-o a uma pintura de Van Gogh. Sua camisa combinando com seus olhos… Sua calça folgada, quase um balão… Imagino que o fará levantar vôo a qualquer instante.

 

Consigo balbuciar seu nome:

– Scott?!?!?

Ele abre-me um imenso sorriso:

– Very good to see you!

 

Meu corpo, em uníssono, estremece.

Corro para junto… O mais junto que dois corpos vestidos podem estar.

Abraçamo-nos  calorosamente. Seus longos braços, como feixes. Mil braços! Cobrem-me.

Seu casulo me protege.

 

Permanecemos calados. O silêncio nos basta. Esquecemos o mundo, o presente, passado, futuro…

 

Respiro fundo. Sorrio, choro…

Horas, dias, anos, bem paradinhos… Imóveis…

 

A música de nossos corações e pulmões, além do calor e nossos corpos, é tudo que cabe nesse encontro.

 

Abro os olhos.

 

Um bem-ti-vi canta na janela do meu quarto.