O sonho do ‘Sonho Branco’

 

 

Em 2006, realizei exposições da primeira parte do ‘Sonho Branco’, no Museu do Homem do Nordeste, Recife/PE, em janeiro, e na Galeria SESI Minas, em abril.

 

No dia treze de julho desse mesmo ano, fui surpreendida por um sonho, sonhado dormindo.

Tudo começou comigo questionando o desvio do curso de um rio. Eu estava sobre o local onde o rio não mais passava. Tudo já seco. Sob meus pés, havia uma terra muito vermelha.

Vermelha!

Vermelhíssima!!!

 

Na parte final do sonho, num local amplo, havia um antigo carro de trem de passageiros. Dentro dele, pessoas vestidas à moda antiga.

 

Eu estava desesperada para sair dali, mas a minha saída estava condicionada à resposta para a pergunta: “Quem é Catherine Kitten?”. A pergunta me foi feita quatro ou cinco vezes, sem resposta.

 

Acordei atordoada, anotei o nome completo dela, liguei o computador e o botei em “pesquisar”. No primeiro site, <http://kittenfamilyreunion.com/> onde encontrei seu nome e sobrenome, como eu havia escrito*, tinha um texto de memórias de Ray Kitten (1911-1996). Ele era filho dela.

 

No texto, considerações sobre o tempo de mudanças na família, quando a mesma se mudou de Nebraska para Slaton, no Texas, sobre trens e algodão. Quase fiquei louca ou pensei estar ficando. Eram meus três projetos no texto dele: “Tempos de Tempo” – sobre tempo, “Travessão” – sobre trens e vias férreas, e ‘Sonho Branco’ – sobre algodão.

 

Pesquisei “Slaton”. Descobri que a cidade foi fundada por uma companhia de trens, no início do século XX. Abri o site da Slaton Chamber of Commerce (http://www.slatonchamberofcommerce.org/), para obter informações sobre a economia da cidade. Fiquei muito surpresa, pois, no cabeçalho do mesmo, havia uma foto de um capulho de algodão semelhante a uma das minhas fotos. Justamente a que usei para fazer a capa da minha agenda de 2006.

 

 

FOTOS SEMELHANTES

 

 

Após me acostumar com todos esses mistérios, contatei a família Kitten, vendi meu carro, comprei passagens e fui fotografar a colheita do algodão dos Kitten, em Slaton/Texas/EUA, em novembro de 2006.

 

 

Fui recebida no lar da família, tratada como parte dela, me senti absolutamente em casa.

 

 

Quando olhei a terra, novo espanto:

Vermelha!

Vermelhíssima!!!

 

 

Como se não bastasse, descobri que Ray Kitten era membro do Conselho de Conservação da Água – trabalho equivalente ao que tenho feito – e que ele morreu praticamente cego, com a mesma doença que tenho nos olhos.

 

 

Esse tempo transcende. É uma conexão espiritual com sincronicidades que me ligam a essa família.

 

Esse sonho e a viagem transformaram minha vida e o projeto ‘Sonho Branco’.

 

 

*Catherine Kitten (1868-1937). Mesmo nos documentos da família, também se encontra a grafia Katherine Kitten.

 

 

Atenção:

A história completa deste projeto está no livro ‘Sonho Branco – Trilogia’, publicado pela autora, que pode ser adquirido em mãos, ou enviado via SEDEX.

A exposição deste projeto está prontinha para ir a qualquer lugar do mundo.

Eliane Velozo costuma ministrar conferências, oficinas e capacitações para públicos diversificados.

 

Eliane Velozo